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Mudanças e Desafios: minha experiência estudando e competindo nos EUA





Antes de começar a pedalar, estudar fora do Brasil nunca foi um sonho para mim. Sempre fui extremamente grudada com a minha família e com isso nunca pensei em ficar longe de casa, principalmente por ter tido uma experiência fora do país não tão boa antes de ir pra faculdade (pretendo falar mais sobre isso aqui no blog 🙂). Conforme fui competindo e adquirindo alguns bons resultados na categoria sub17 e Júnior acabei tendo uma certa visibilidade nas redes sociais. Então assim que iniciei a inscrição para as faculdades no início do ano passado (2023) fui categorizando o que eu mais queria nas instituições que eu selecionasse e assim que descobri que havia a possibilidade de estudar, onde valorizam muito o ciclismo meu olho brilhou mais que o normal! 

Comecei a seguir umas cinco faculdades que possuem time de mountain bike e isso me chamou muito atenção. Fiquei muito animada com a oportunidade de poder treinar com outros atletas no dia a dia, competir com a faculdade durante o ano e ainda ter apoio dos professores para que fosse possível conciliar os estudos com competições. Como selecionei a faculdade pelo time de bike fui sem saber oque iria estudar e o mais interessante nos Estados Unidos é que nos dois primeiros anos você pode ter mais aulas gerais para decidir o curso que realmente quer fazer. 





Ao me inscrever e entrar em contato com os treinadores das universidades, a que me chamou mais atenção foi a Lees McRae College, uma faculdade bem pequena em uma cidade chamada Banner Elk na Carolina do Norte de 1.100 habitantes. A faculdade é rodeada de montanhas lindas onde tive a oportunidade de treinar e presenciar as quatro estações do ano: Verão, Outono, Inverno e Primavera. Fiquei encantada com a Primavera, eu amo estar na natureza e ter tido a oportunidade de ver as folhas mudando de cor foi simplesmente mágico. 





Mas, já o inverno, foi pesado! Ver as folhas caindo foi muito mágico também, algo que nunca tinha visto acontecer antes, porém, quando o frio realmente chegou foi muito sofrido para treinar e manter a motivação para fazer as pequenas coisas do dia a dia. No início ver a neve caindo e estar “vivendo” em um lugar frio foi algo especial por ser novo para mim, mas conforme os meses foram passando realmente ficou cada vez mais difícil de treinar, competir e manter a animação lá no alto. O frio realmente me fez valorizar muito mais o clima do Brasil e a vibe das pessoas nos dias mais ensolarados! Nos dois primeiros meses de aula no segundo semestre (Jan/Fev 2023) muitas aulas foram canceladas porque estava nevando muito e todos os meus treinos estavam sendo no rolo, no início do ano por estar fazendo a base ainda estava treinando por volta de 14 horas no rolo. Me lembro de um dia que acordei, tinha um treino de 4 horas para fazer e simplesmente estava - 22 graus, a única vontade que eu tinha era de ficar deitada no quarto o dia inteirinho kkkk, mas eu sempre tentava encontrar alguma estratégia para esse tempo passar mais rápido. Treinar no frio e morar por um tempo em um lugar na qual a temperatura cai dessa maneira realmente é muito difícil e muito desafiador. No momento a experiência que tive no segundo semestre da faculdade foi muito marcante por conta de ser algo muito novo e “extremo”, mas tive muitos momentos bons em mais ou menos 30 provas universitárias que fiz esse último ano! 









A energia de competir provas universitárias é muito diferente de provas que valem pontuação para o ranking UCI. A energia é um pouco menos tensa, são muitas meninas de diversas idades na mesma categoria e todo mundo com a vibe muito “leve”. A vibe mais “leve” é porque maioria das atletas universitárias tinham vontade de ter uma profissão e a bike é algo que acompanha muitas delas como um esporte realmente “escolar”. Viajava toda sexta para competir e corríamos no sábado de manhã às “cegas”, não era sempre que conseguíamos treinar na pista de XCO para competição, então isso foi algo que me tornou uma pessoa muito resiliente.

 Quando formei no ensino médio em 2023 a diretora da minha escola mencionou a seguinte frase que me impactou muito:


“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças” (Charles Darwin)”. 


Realmente para qualquer área que formos atuar na vida, mudanças estão constantemente presentes e tudo é a forma que sua cabeça lida com isso tudo. Ainda estou em busca de encaixar as peças desse quebra-cabeça para que eu possa me adaptar e encaixar em qualquer lugar que a vida me levar. 


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